terça-feira, 1 de julho de 2014

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cecília Meireles aos pedaços...


Receita de Bruxa


 A bruxa malvada , a Urraca,
Raivosa que nem jararaca,
Vingou-se do ogro
Que era seu sogro
Com esta receita velhaca:
Bocejo de pulga
Coceira de cão
Espirro de grilo
Rosnar de escorpião
Rangido de dente
Coaxar de gavião
Lambida de mosca
Soluço de anão.
De cada ingrediente um punhado
E o ogro saiu carregado!
E a bruxa Urraca,
Aquela bruaca,
Dançou de contente um xaxado

Tatiana Belinky



domingo, 8 de setembro de 2013

Rondó dos cavalinhos

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo.


Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O sol tão claro lá fora
E em minhalma — anoitecendo!


Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys partindo,
E tanta gente ficando...


Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
A Itália falando grosso,
A Europa se avacalhando...


Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma — anoitecendo!
Manuel Bandeira

Consta que o poema acima, feito durante a "II Grande Guerra", foi escrito enquanto o autor almoçava no Jóquei-Clube do Rio de Janeiro, assistindo às corridas.  Extraído do livro "
Manuel Bandeira - Antologia Poética", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2001, pág. 104.



A Cigarra e a Formiga

A cigarra passou cantando
todo verão desse ano.
Depois se viu num apuro,
chegou um inverno duro.
Por um pedaço ou migalha
de pão ou mesmo de palha,
foi chorar feito mendiga
lá na porta da formiga.
- Qualquer coisa de comer!
Eu prometo devolver,
assim que seja verão.
Cada grão por cada grão.
E, palavra de animal,
com juros etc e tal.
- E no tempo de calor?
O que fazia? me diga,
perguntou-lhe a formiga,
sem pena da sua dor.
- Eu cantava, noite e dia.
Eu cantava toda hora.
- Cantava né? Já sabia!

La Fontaine



Manoel de Barros


Fernando Pessoa