Rondó dos cavalinhos
Os
cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza,
Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo.
Os cavalinhos
correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O sol tão claro lá
fora
E em minhalma — anoitecendo!
Os cavalinhos
correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys
partindo,
E tanta gente ficando...
Os cavalinhos
correndo,
E nós, cavalões, comendo...
A Itália falando
grosso,
A Europa se avacalhando...
Os cavalinhos
correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil
politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá
fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma —
anoitecendo!
Manuel
Bandeira
Consta
que o poema acima, feito durante a "II Grande Guerra", foi
escrito enquanto o autor almoçava no Jóquei-Clube do Rio de
Janeiro, assistindo às corridas. Extraído do livro "Manuel
Bandeira - Antologia Poética", Editora Nova Fronteira - Rio
de Janeiro, 2001, pág. 104.
Nenhum comentário:
Postar um comentário