domingo, 1 de agosto de 2010

Uma flor quebrada

A raiz era a escrava,
Descabelada negrinha
Que dia e noite ia e vinha
E para a flor trabalhava.

E a árvore foi tão bela!
Como um palácio. E o vento
Pediu em casamento
A grande flor amarela.

Mas a festa foi breve,
Pois era um vento tão forte
Que em vez de amor trouxe morte
À airosa flor tão leve.

E a raiz suspirava
Com muito sentimento.
Seu trabalho onde estava?
Todo perdido como vento.

Cecília Meireles

2 comentários:

  1. Uma gracinha de blog. adorei! se quiser dar um pulinho e conhecer o meu, ficarei contente: www.qbonecadoll.blogspot.com. Abços poéticos!

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  2. Que bom que gostou amiga! Abraços poeticos a vc também!

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